A beata Madre Teresa com São João Paulo II em Calcutá, em 1986 - AP
19/04/2016 12:20
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco vai presidir a canonização de Madre Teresa de Calcutá na Praça São Pedro, em 4 de setembro. A confirmação foi divulgada nesta terça-feira, (19/04), pela Congregação para a Causa dos Santos.
O milagre atribuído à religiosa albanesa e que a levará à glória máxima dos altares foi a cura inexplicável de um homem brasileiro.
O calendário das beatificações e canonizações para 2016 prevê ainda as seguintes celebrações ao longo do ano:
- A beatificação de Valentim Palencia Marquina, em 23 de abril, em Burgos, na Espanha;
- A beatificação de Francisco Maria Greco, em 21 de maio, em Cosenza, na Itália;
- As canonizações de Estanislau de Jesus Maria e Maria Elisabeth Hesselblad, em 5 de junho, no Vaticano;
- A beatificação de Giacomo Abbondo, em 11 de junho, em Vercelli, na Itália;
- A beatificação de Maria Celeste Crostarosa, em 18 de junho, em Foggia, Itália;
- A beatificação de Ladislao Bukowinski, em 11 de setembro, em Qaraghandy, no Cazaquistão;
- A beatificação de Elisabetta Sanna, em 17 de setembro, em Codrongianos, na Itália;
- A beatificação de Engelmar Unzeitig, em 24 de setembro, em Würzburg, na Alemanha;
- As canonizações de José Sanchez del Rio e de José Gabriel do Rosário Brochero, em 16 de outubro, no Vaticano;
- A beatificação de Mario Borzaga, em 11 de dezembro, em Vientiane; no Laos.
Papa: quem segue Jesus não erra, não confiar em videntes e cartomantes
Papa Francisco durante a Missa na Casa Santa Marta - OSS_ROM
18/04/2016 12:46
PARTILHA:
A porta, o caminho e a voz. O Pontífice se inspirou no Evangelho do dia – quase um “eco” do trecho sobre o Bom Pastor – para comentar três realidades determinantes para a vida do cristão. Antes de tudo, observou, Jesus adverte que “quem não entra no redil das ovelhas pela porta é um ladrão e salteador”. Cristo é a porta. Não existe outra, afirmou Francisco.
“Jesus – prosseguiu ele – sempre falava para as pessoas com imagens simples: toda aquela gente conhecia como era a vida de um pastor, porque a via todos os dias”. E entenderam que “se entra no redil das ovelhas somente pela porta”. Os que querem entrar por outra parte, pelo contrário, são delinquentes:
“O senhor fala tão claro. Não se pode entrar na vida eterna por outra porta que não seja A porta, isto é, Jesus. É a porta da nossa vida e não somente da vida eterna, mas também da nossa vida quotidiana. Esta decisão, por exemplo, eu a tomo em nome de Jesus ou a tomo – digamos numa linguagem simples – de contrabando? No redil se entra somente pela porta, que é Jesus!”
“Jesus, prosseguiu, fala sobre o caminho”. O Pastor conhece as suas ovelhas e as conduz para fora: “Caminha diante delas e as ovelhas o seguem”. “O caminho é este”, disse o Papa, seguir Jesus no “caminho da vida, da vida de todos os dias”. Não se pode errar, “Ele está diante e nos indica o caminho”:
“Quem segue Jesus não erra! Mas Padre, as coisas são difíceis. Muitas vezes eu não vejo claro o que fazer. Disseram-me que lá havia uma vidente e eu fui lá. Fui à cartomante que me mostrou as cartas. Se você faz isso, você não segue Jesus! Segue outro que lhe mostra outra estrada, diferente. Ele adiante indica o caminho. Não há outro que possa indicar a estrada. Jesus nos avisou: “Virão outros que dirão: o caminho do Messias é este. Não os escuteis! Eu sou o caminho! Jesus é a porta e também a estrada. Se seguirmos Jesus não erraremos.”
Francisco se deteve na voz do Bom Pastor. “As ovelhas o seguem porque conhecem a sua voz”, disse o Pontífice. “Mas podemos conhecer a voz de Jesus”, perguntou o Papa, e também nos defender “da voz daqueles que não são Jesus, que entram pela janela, que são bandidos, que destroem, que enganam”?
“Eu lhe direi a receita, simples. Você encontrará a voz de Jesus nas Bem-aventuranças. Alguém que lhe ensine um caminho contrário às Bem-aventuranças é uma pessoa que entrou pela janela: não é Jesus! Segundo ponto: Você conhece a voz de Jesus? Você pode conhecê-la quando nos fala das obras de misericórdia. Por exemplo, no capítulo 25 de São Mateus: “Se uma pessoa lhe diz aquilo que Jesus diz ali é a voz de Jesus. E terceiro: Você pode conhecer a voz de Jesus quando ele lhe ensina a dizer Pai, ou seja, quando lhe ensina a rezar o Pai Nosso.”
“É tão fácil a vida cristã”, comentou o Papa. Jesus é a porta. Ele nos guia no caminho e nós conhecemos a sua voz nas Bem-aventuranças, nas obras de misericórdia e quando nos ensina a dizer Pai. Lembrem-se! Ele é a porta, o caminho e a voz. Que o Senhor nos ajude a entender esta imagem de Jesus, este ícone: o Pastor, que é a porta, indica o caminho e nos ensina a ouvir a sua voz. (BS/BF/MJ)
Um salvador nasceu, como devemos acolher jesus em nossa vida?
A Vida e os sofrimentos de Jesus, sua dolorosa Paixão e morte de Cruz, nos leva a concluir que somente Ele poderia salvar a humanidade da perda eterna por causa do pecado original e de nossos pecados pessoais. Com certeza o Pai não permitira que seu Único Filho amado, voluntariamente se submetesse a tanta dor e sofrimento, se houvesse outro caminho melhor de salvação; se houvesse outro salvador que o pudesse isentar de tanto sofrimento.
Tudo isso nos faz entender com clareza meridiana aquilo que São Pedro disse aos judeus em Jerusalém depois de ter curado aquele aleijado na porta do Templo: “Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do Céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4,11-12).
Infelizmente Jesus continua sendo desprezado por muitos que, enganados, pensam que há salvação fora Dele. Só Cristo pode nos salvar porque somente Ele pode oferecer à Justiça divina uma reparação necessária e suficiente, de intensidade Infinita, em vista dos pecados da humanidade, que ferem a Majestade infinita de Deus. Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, disse que: “Sendo Deus um bem infinito, a ofensa cometida contra Ele pede satisfação infinita”. Só a Igreja fundada por Jesus tem o poder de através dos seus ministros, pelos Méritos de Sua Paixão, pode perdoar os pecados e dar a salvação. Ninguém mais. Os que buscam a salvação em outros caminhos estão profundamente enganados.
Então, devemos acolher esse Menino Deus que nasce no Natal, como nosso único Senhor e Salvador, Mestre divino e Redentor. Se entendemos o que Ele fez por nós, só nos resta uma alternativa: segui-lo como seguiram os seus Apóstolos até o fim. Só Ele é “o Caminho, a Verdade e a Vida”. Não há outro caminho de salvação; não há outra verdade que liberte e não há outra vida que perdure por toda a eternidade. Ele deixou tudo isso muito claro: “Eu Sou a Luz do mundo; aquele que Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (João 8,12).
E disse aos judeus que disputavam com Ele: “Por isso vos disse: morrereis no vosso pecado; porque se não crerdes que Eu Sou, morrereis no vosso pecado” (João 8,24). “Se permanecerdes na Minha Palavra, sereis meus discípulos; conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (João 8,31-32). “Se, portanto, o Filho vos libertar sereis verdadeiramente livres” (João 8,36). “Em verdade, em verdade vos digo, antes que Abraão existisse Eu Sou” (João 8,58); quer dizer Eu sou Deus, Eu existia.
Diante de tanta certeza da divindade de Jesus, e de ser Ele o nosso único Salvador, nossa imediata decisão deve ser a de segui-lo, amá-lo com amor puro e com reta intenção, vivendo segundo a Sua santa Vontade. Ele disse no Sermão da Montanha que quem o seguisse seria feliz, mas pereceria que o conhecesse e o abandonasse:
“Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína” (Mt 7,24-27).
Esta ruina a que Jesus se refere é a vida daquele que O conhece, conhece o Evangelho, mas lhes vira as costas, e prefere seguir outros mestres, outros pretensos doutores, e outras filosofias deste mundo.
Uma conclusão lógica é esta: Depois que o Verbo se fez carne, depois que Jesus sofreu tudo o que sofreu por nós, seria insensatez e falta de juízo não segui-lo. Diante da festa do Seu Nascimento, esta deve ser a nossa mais importante decisão: seguir Jesus. Há uma bela música que diz: “Seguir somente a Ti Senhor, seguir somente a Ti Senhor; seguir somente a Ti Senhor, e não olhar atras; seguir seu caminhar Senhor, seguir sem vacilar Senhor; prostrar-me em Teu altar Senhor, e não olhar pra trás…”
É isso ai, seguir Jesus com determinação; sem olhar para trás. Sem desanimar e sem desesperar nunca. Olhando para Ele sempre como diz a Carta aos Hebreus: “Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus” (Heb 12,1).
Sabemos que seguir Jesus não é fácil, mas é a única coisa sensata que podemos fazer nesta vida. O Santo João Paulo II nos disse: “Não tenham medo, o Senhor ressuscitado caminha conosco”. Nesta fé este Papa santo enfrentou inúmeras dificuldades em seus 25 anos de Pontificado, mas nunca desistiu; nunca se deixou vencer pelo medo. Muitas vezes Jesus disse a seus discípulos, e diz também a nós: “Não temais”. “Eu venci o mundo”.
Mas para viver assim, fortalecido pelo amor de Jesus, que nos dá a paz que supera todo entendimento, é preciso viver em comunhão com Ele, lutando constantemente contra o pecado, o maior mal do mundo. Para isso Jesus nos dá a sua graça, especialmente pelo sacramento da Confissão e da Eucaristia. Sua presença contínua e permanente em todos os Sacrários da Terra, é a garantia de Sua presença amiga a nos acompanhar e socorrer.
Jesus disse que sem Ele não podemos nada. Querer seguir Jesus sem a Sua graça é utopia. Sua exigência supera nossas forças humanas: “Quem quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz a cada dia e me siga-me” (Lc 9,23). Só na companhia doce e agradável de Jesus será possível viver este projeto de salvação. Mas é possível. Por isso Ele exige: “Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Quem permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim, nada podeis fazer” (João 15,1-5).
Logo, contemplando o Nascimento de Jesus temos de pedir a graça de “permanecer Nele”, ouvindo-o em Suas Palavras, recebendo sempre o Seu perdão na Confissão, alimentando-nos sempre com o Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade; levando-o aos que não o conhecem, edificando a Sua santa Igreja, orando sem cessar como disse São Paulo. Seguindo assim o Senhor seremos felizes, como garante o Apóstolo:
“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus” (Fil 4,4-7).
A melhor maneira de acolher Jesus que chega no Natal é tomar a decisão de segui-lo todos os dias da vida, buscando fazer Sua santa vontade.
O Ano Litúrgico inicia-se com o Advento
Começamos novo Ano Litúrgico e um novo ciclo da liturgia com o Advento, tempo de preparação para o nascimento de Jesus Cristo no Natal. É hora de renovação das esperanças, com a advertência do próprio Cristo, quando diz: “Vigiai!”, para não sermos surpreendidos.
Foto: Wesley Alemida/cancaonova.com
Realização e confirmação da Aliança de Deus
A chegada do Natal, preparado pelo ciclo do Advento, é a realização e confirmação da Aliança anunciada no passado pelos profetas. É a Aliança do amor realizada plenamente em Jesus Cristo e na vida de todos aqueles que praticam a justiça e confiam na Palavra de Deus.
Estamos em tempo de educação de nossa fé, quando Deus se apresenta como oleiro, que trabalha o barro, dando a ele formas diversas. Nós somos como argila, que deve ser transformada conforme a vontade do oleiro. É a ação de Deus em nossa vida, transformando-a de Seu jeito.
Neste caminho de mudanças, Deus nos deu diversos dons conforme as possibilidades de cada um. E somos conduzidos pelas exigências da Palavra de Deus. É uma trajetória que passa pela fidelidade ao Todo-poderoso e ao próximo, porque ninguém ama a Deus não amando também o seu irmão.
Convocação para vigilância
O Advento é convocação para a vigilância. A vida pode ser cheia de surpresas e a morte chegar quando não esperamos. Por isso é muito importante estar diuturnamente acordado e preparado, conseguindo distanciar-se das propostas de um mundo totalmente afastado de Deus.
Outro fato é não desanimar diante dos tipos de dificuldades e de motivações que aparecem diante nós. Estamos numa cultura de disputa por poder, de ocupar os primeiros lugares sem ser vigilantes na prestação de serviço. Quem serve, disse Jesus, é “servo vigilante”.
Confiar significa ter a sensação de não estar abandonado por Deus. Com isso, no Advento vamos sendo moldados para acolher Jesus no Natal como verdadeiro Deus. Aquele que nos convoca a abandonar o egoísmo e seguir Jesus Cristo.
Preparar-se para o Natal já é ter a sensação das festas de fim de ano. Não sejamos enganados pelas propostas atraentes do consumismo. O foco principal é Jesus Cristo como ação divina em todo o mundo.
Autor: Dom Paulo Mendes Peixoto (Arcebispo metropolitano de Uberaba – MG)
Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 trata do saneamento básico
Com o tema "Casa comum, nossa responsabilidade" e o lema "Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca" (Am 5.24), a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) de 2016 será realizada em parceria com o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic). A proposta está em sintonia com a Encíclica do papa Francisco, "Laudato Si".ÂÂ A proposta da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é debater com a sociedade questões do saneamento básico a fim de garantir desenvolvimento, saúde integral e qualidade de vida aos cidadãos.
"Nesse tema e lema, duas dimensões básicas para a subsistência da vida são abarcadas a um só tempo: o cuidado com a criação e a luta pela justiça, sobretudo dos países pobres e vulneráveis. Nessa Campanha da Fraternidade Ecumênica, queremos instaurar processos de diálogos que contribuam para a reflexão crítica dos modelos de desenvolvimento que têm orientado a política e a economia", explica a coordenação geral, representada pelo bispo da Igreja Anglicana e presidente do Conic, dom Flávio Irala, e a secretária-geral, pastora Romi Márcia Bencke.
Meio ambiente
Na apresentação do texto-base, a organização diz que a reflexão da CEF 2016 será "a partir de um problema específico que afeta o meio ambiente e a vida de todos os seres vivos, que é a fragilidade e, em alguns lugares, a ausência dos serviços de saneamento básico em nosso país".
O texto-base está organizado em cinco partes, a partir do método ver, julgar e agir. Ao final, são apresentados os objetivos permanentes da Campanha, os temas anteriores e os gestos concretos previstos durante a Campanha 2016.
A CFE 2016 está em sintonia, também, com o Conselho Mundial das Igrejas e com o papa Francisco. Nesta edição da Campanha, integram a Comissão da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016: Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep), Visão Mundial, Aliança de Batistas do Brasil, Diretoria do Conic, Misereor.
O controle de natalidade é direcionando aos países subdesenvolvidos
O controle de natalidade é uma questão bastante discutida em vários setores como sociedade, política, economia, antropologia, religião etc., e é um assunto um tanto polêmico. Essa polêmica está em torno do aumento populacional dos países pobres e a diminuição da população nos países ricos.
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Pesquisadores, estudiosos e cientistas do social apresentam relatórios que induzem o controle de natalidade. No entanto, esse controle é direcionado aos países subdesenvolvidos e não aos países desenvolvidos. Esses especialistas incentivam [o controle de natalidade], mas a prática é outra, ou seja, nesses países desenvolvidos ocorrem incentivos para que as famílias tenham mais filhos. Por isso, promovem uma guerra silenciosa especialmente direcionada aos países em desenvolvimento, com vistas a frear seu crescimento demográfico. Para isso, usam do eufemismo “desenvolvimento sustentável” que compreende políticas que terão como contrapartida toda e qualquer técnica contraceptiva e abortiva para frear o crescimento populacional.
Os “profetas” do “The Population Bomb” (A bomba populacional) e da “destruição” do mundo usam de um bombardeio de propagandas de que existe gente demais para o planeta e que essa “superpopulação” é a responsável pelo desequilíbrio ecológico e futura destruição da própria humanidade. Porém, sabe-se que as maiores violências contra o meio ambiente têm sua origem nas indústrias dos países desenvolvidos e a população consumista destes mesmos países.
Benefícios do aumento populacional
É verdade que após 200 anos de desenvolvimento econômico, propiciado pela Revolução Industrial, a população mundial ganhou com a redução das taxas de mortalidade e o crescimento da esperança de vida. Porém, o crescimento da riqueza se deu à custa da pauperização do planeta e do aumento do abismo entre ricos e pobres. Pesquisas populacionais revelam que houve um aumento populacional, que começou no século dezoito e aumentou seis vezes nos 200 anos seguintes. Contudo, isso é um aumento, não uma explosão, porque com esse aumento populacional também houve aumento de produtividade, de recursos de comida, informação, comunicação e tecnologia.
Interesse por parte da sociedade em reduzir a natalidade dos mais pobres
Considerando que nos países subdesenvolvidos a taxa de natalidade aumenta a cada instante e que nos países desenvolvidos esse número reduz, a distribuição de renda fica mais concentrada, nos países subdesenvolvidos, nas mãos das pessoas com renda mais alta, enquanto os mais pobres quase não participam dessas conquistas, provocando uma elevada desigualdade da distribuição da renda. Por isso existe o interesse de alguns setores da sociedade reduzir a taxa de natalidade dos mais pobres em vez de reduzirem os seus consumos por meio da partilha.
Acredito que a melhor análise já nos foi apresentada pelo Papa Francisco: “Em vez de resolver os problemas dos pobres e pensar num mundo diferente, alguns limitam-se a propor uma redução da natalidade. Não faltam pressões internacionais sobre os países em vias de desenvolvimento, que condicionam as ajudas econômicas a determinadas políticas de ‘saúde reprodutiva’. Mas, ‘se é verdade que a desigual distribuição da população e dos recursos disponíveis cria obstáculos ao desenvolvimento e ao uso sustentável do ambiente, deve-se reconhecer que o crescimento demográfico é plenamente compatível com um desenvolvimento integral e solidário’.
Uma forma de não enfrentar os problemas
Culpar o incremento demográfico em vez do consumismo exacerbado e seletivo de alguns é uma forma de não enfrentar os problemas. Pretende-se, assim, legitimar o modelo distributivo atual, no qual uma minoria se julga com o direito de consumir numa proporção que seria impossível generalizar, porque o planeta não poderia sequer conter os resíduos de tal consumo. Além disso, sabemos que se desperdiça aproximadamente um terço dos alimentos produzidos, e ‘a comida que se desperdiça é como se fosse roubada da mesa do pobre’” (Papa Francisco, Laudato sì’ n.50).
O que é a tradição da Igreja?
A Escritura e a Tradição da Igreja são Palavra de Deus, ensinamentos divinos.
Falar da Tradição da Igreja não é falar de simples costumes que se perpetuam na vida da Igreja. Não estamos falando de tradições culturais, mas da Sagrada Tradição. A Sagrada Tradição guarda o depósito de fé da Igreja, que conserva o que Jesus ensinou. Esse depósito de fé é também chamado de Revelação, ou seja, aquilo que Deus ensinou de Si e Seus mistérios aos homens através dos ungidos do povo de Deus na Antiga Aliança (patriarcas, juízes, profetas, autores bíblicos etc) mas, sobretudo através de Cristo, que depois foi ensinado pelos apóstolos, guardado e vivido na Igreja primitiva. Essa verdade revelada está contida na Tradição da Igreja e na Sagrada Escritura, a Bíblia.
A Sagrada Escritura e a Tradição contêm, pois, toda a doutrina revelada; a Tradição chega para nós hoje, sobretudo, através dos símbolos da fé (os credos, como o dos apóstolos e o Niceno-Constantinopolitano), na liturgia e na vida (pregação e santos) da Igreja, nos escritos dos padres e doutores da Igreja que nos primeiros séculos transmitiram a fé. O Magistério da Igreja, sob a assistência do Espírito Santo, conserva e interpreta essa Revelação (cf Jo16, 12-13; Lc 22,32; Jo 21,15). Tanto a Escritura como a Tradição são Palavra de Deus, isto é, o ensinamento divino, comprovado por milagres e profecias; com a diferença de que a Tradição não foi escrita por aqueles a quem Deus revelou; embora, com o tempo, outras pessoas tenham podido escrevê-la, a fim de a conservarem e transmitirem com maior fidelidade. “Daí resulta que a Igreja, à qual estão confiadas a transmissão e a interpretação da Revelação, ‘não deriva sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado somente da Sagrada Escritura. Por isso, ambas devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência” (CIgC 82).
Palavra de Deus não é só a Bíblia
É importante que o leitor entenda que a Palavra de Deus não é a Bíblia, mas a Bíblia é a Palavra de Deus, porque ela é infalivelmente inspirada. Talvez assuste ouvir isso, mas essa é uma premissa fundamental para entender a fé da Igreja. A Palavra de Deus é o Verbo eterno do Pai que Se encarnou no ventre da Virgem Maria. Portanto, a Palavra eterna é Pessoa Divina e por mais sagrado e inspirado que seja um livro, ele não pode conter toda a Palavra. Por isso mesmo que no final do seu evangelho São João afirma: “Jesus fez muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever” (Jo 21, 25). Então, muitas coisas que Jesus ensinou não foram escritas, mas foram ensinadas e vividas; e essas coisas constituem a Tradição da Igreja. Por isso diz o Catecismo da Igreja Católica: “Todavia, a fé cristã não é uma ‘religião do Livro’. O cristianismo é a religião da Palavra de Deus, ‘não de um verbo escrito e mudo, mas do Verbo encarnado e vivo’. Para que as Escrituras não permaneçam letra morta, é preciso que Cristo, Palavra eterna de Deus vivo, pelo Espírito Santo nos ‘abra o espírito à compreensão das Escrituras’ Lc 24, 45” (CIgC 108).
Sagrada Tradição
Aliás, a própria Bíblia, ou Sagradas Escrituras, tem o seu berço na Sagrada Tradição. A Tradição inicial, ou seja, a pregação dos apóstolos, é anterior à Sagradas Escrituras e durante muitos anos foi a única regra de fé. Afinal, Jesus mandou: “Ide e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15), e não “Ide e escrevei livros” (é bom lembrar que na época não existia gráfica, nem caneta, tampouco máquina de datilografar… Computador, menos ainda). Com efeito, a pregação dos apóstolos começou no próprio ano da morte de Cristo (ano 33).
Diversamente, os livros da Sagrada Escritura só começaram a ser escritos a partir do ano 50 até o ano 100; e sobretudo, não foram conhecidos pela Igreja universal, senão no decurso dos primeiros séculos, pois ao princípio, só eram conhecidos pelas Igrejas particulares a que se destinavam. Notável é o testemunho da própria Bíblia em favor da tradição: “Embora tivesse muitas coisas a escrever-vos, não o quis fazer por meio de tinta e papel, pois espero ver-vos e falar-vos de viva voz” (2Jo 12); “Conservai-vos firmes na fé e guardai as tradições que aprendestes, quer pela nossa pregação, quer pela nossa carta” (2Ts 2, 14); ‘O que ouviste da minha boca e de muitas testemunhas, confia-o a outros homens fiéis, capazes de instruir os outros” (2Tm 2,2).
Se entendermos que a Escritura é a única fonte da nossa fé, como fazem os protestantes, somos forçados a achar que nos primeiros anos e séculos, não havia na Igreja fonte alguma de fé, o que é inadmissível, porque equivaleria a dizer que então não havia fé; mais admissível é aceitar uma fonte de fé distinta da Escritura, a saber, a Tradição ou ensino dos apóstolos e seus sucessores.
A Igreja nasceu da Bíblia?
A Bíblia nasceu da Igreja e não a Igreja nasceu da Bíblia. Não se pode saber com certeza que livros contêm na realidade a doutrina de Cristo, nem qual o seu verdadeiro sentido, a não ser pelo ensino da Igreja. Portanto, se não se acredita na assistência de Deus de infalibilidade à Igreja, tampouco se pode acreditar no valor infalível da Bíblia como Palavra de Deus. Não se pode celebrar o fruto negando a existência e o valor da árvore que o gerou. Por isso diz Santo Agostinho: “Eu não creria no Evangelho, se a isto não me levasse a autoridade da Igreja Católica”.
A Igreja é essa mãe que nos alimenta da graça de Cristo, que nos ensina a fé e por isso diz São Cipriano (séc. III): “Nascemos todos do seu ventre, somos nutridos com seu leite e animados por seu Espírito”.