Mais de um século se passou desde a Páscoa de Elena Guerra. 11 de abril de 1914 foi o dia de sua passagem, em um filhos de Elena Guerra, sabemos bem disto! Descobrindo seus escritos, conhecendo a sua vida e obra, dela nos tornamos íntimos, por graça do mesmo Espírito que a inspirou e que, hoje, nos inspira e anima. A espiritualidade que Elena viveu continua sendo fonte de inspiração para tantos que a conhecem hoje. Continua sendo mestra, continua seu apostolado, agora com ainda mais força, pois habita, na morada eterna, no Coração de Deus.
Sábado Santo, na sua pequena Lucca. E, no entanto, sua vida, obra e legado continuam ressoando atualíssimos para os dias contemporâneos. Certamente, este é um sinal da graça especial que os santos receberam: a graça de um testemunho tão forte e verdadeiro que transpassa gerações, que ecoa através do tempo e do espaço como a corrente caudalosa de um rio que, atravessando todos os obstáculos, vai se encaminhando e arrastando consigo tudo (ou todos!) que encontra pelo seu curso. De fato, o destino destas águas é o infinito “oceano” de Deus. Os santos dirigiram o curso de suas vidas para Deus, e de tão genuíno e autêntico que foi o seu testemunho e anúncio, levam consigo uma multidão de irmãos que, convencidos pela autenticidade do seu “ser cristão”, abraçam esse mesmo “estilo” de vida, vindo a entrar nesta corrente de amor e de fé cujo único destino é o encontro definitivo com Deus.
E assim foi com a Beata Elena Guerra, a nossa Pequena Mãe. Dizia de si mesma que sua aparência não tinha nada de particularmente agradável, mas era no seu interior que se encontrava o belo e fecundo jardim que Deus havia plantado. Sua vida foi o grande legado que deixou. A riqueza interior que descobriu dentro de si e que, com tanto amor e afinco, cultivou e fez amadurecer, foi a razão do seu anúncio e para o quê ela canalizou todas as suas forças, de forma que todos pudessem também descobrir. Elena encontrou-se com o Espírito de Deus! Este era o seu valioso Tesouro, mas um Tesouro que logo descobriu que não podia ficar guardado, mas deveria ser conhecido por todos, adorado por todos, invocado por todos. E, então, Elena tornou esta a missão de sua vida. Dali em diante, tudo o que fizesse, tudo o que sofresse, tudo o que alcançasse seria por Ele, para Ele! Incansável, ousada, persistente! Uma mulher à frente do seu tempo! De “pequenos” escritos sobre o Espírito Santo a uma correspondência profética com o Papa Leão XIII! Não podia se conter, nem se conformar com a ingratidão de tamanho esquecimento do Espírito Santo que é a Alma da Igreja, o Senhor que dá a vida!
Escreveu, insistiu, persistiu... Dedicou a sua vida a tornar o Espírito mais conhecido, amado e invocado. De um Novo Pentecostes o mundo precisa, ela dizia. E, para isso, o mundo devia se tornar um Cenáculo permanente de oração, um Cenáculo Universal!
Neste 11 de abril não nos importa tanto recordar a morte de Elena Guerra, mas a sua vida. Recordar para nos inspirar novamente, para nos motivar a, ainda mais, dar continuidade ao apostolado que um dia, em um lugar distante daqui, Elena começou. Mas, como já foi dito, o testemunho verdadeiro transpassa o tempo e o espaço, e nós,
Pelo Brasil e pelo mundo, são inúmeros os amigos que a Beata Elena Guerra já conquistou. Seja através de seus escritos, ou das Capelinhas do Espírito Santo, o fato é que Deus continua suscitando novos apóstolos do Espírito Santo em todos os lugares! E era este o desejo de Elena! Que o Cenáculo se alargasse, que cada um que se encontrasse com o Doce Espírito de Deus se tornasse uma centelha viva a espalhar pela Terra o Fogo do Divino Amor! Continuar seu apostolado, profetizar o Novo Pentecostes com a vida, com as obras, com o amor! Eis a missão que Deus também nos confiou! Não sejamos contemplativos de uma bonita espiritualidade, mas que a possamos viver com a mesma intensidade com que Elena Guerra a viveu, comprometendo-nos com a sua causa, tornando-a também a nossa!
Mas, certamente, Elena Guerra não desejaria que as atenções se voltassem a ela mesma, por si mesma. A imagem que dela conhecemos deixa isto bem claro. Sua vida aponta para o Alto, aponta para o Espírito Santo. E, como é dito no livro de sua biografia, digo agora a todos os que conhecem a história de Elena, a todos que descobriram na sua espiritualidade o seu modo próprio de também se relacionarem com Deus, a todos que, através dela, se tornaram Amigos do Espírito Santo, como eu: “Tome esta chama, este Fogo; deixa que te invada e te leve a doá-Lo para todos, todos... Passa a Palavra, espalhe a Profecia do Novo Pentecostes, retorne ao Cenáculo! E logo será Primavera. Um Pentecostes sem fim!!!”
Padre Dudu
11 de abril de 2016
Memória da Morte da Beata Elena Guerra